Adaill Antônio, visitante do site, expõe o porquê, em sua opinião, os roteiristas da série erraram ao matar Shane, personagem vivido por Jon Bernthal.
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É uma pena que os roteiristas da série tenham decidido pela morte do Shane. Ele, assim como Daryl, é o ponto de equilíbrio da “saga”. Quem não surtaria em meio a um fim do mundo daquele? Quem está vivo virou cadeia alimentar de quem está morto. Não dá para manter em tempo integral a pouca sanidade restante. Tenta-se!
O Shane foi leal ao sentimento dele, embora tenha escolhido caminhos não aceitáveis para o grupo. Ele foi o anti-herói perfeito, politicamente incorreto quando devia; frio quando necessário e inteiramente desumano quando preciso. Quem não conheceu um tipo desses atire a primeira pedra! Eles (roteiristas) erraram.
Como disse o Dale, o grupo estava rachado. A frase poderia ter sido levada a sério. O grupo deveria se separar. Quem era favorável ao Shane seguiria o Shane. Teríamos mais dilemas para contar. Mais propostas à utopia apocalíptica. O Rick é o líder, embora não queira. E eu sofro com ele em toda decisão, em toda dúvida e em toda tentativa de não ser cruel, leviano ou irracional. A morte da Sophia foi a morte da esperança e a morte do Dale, a morte da razão. A morte do Shane foi a morte das possibilidades.
Embora essa série pareça aterrorizante e fictícia, não o é. Somos esses mesmos zumbis, feios e sanguinários. Só não comemos literalmente uns aos outros (salvo alguns psicopatas), mas temos a mesma cabeça oca, os mesmos instintos primitivos, a mesma lentidão de raciocínio, o mesmo ideal de consumo: o consumo. Os zumbis dessa série são nossos pesadelos racionais, nossa desonra pelo planeta, pelas pessoas, pelos animais. Talvez quando perdermos tudo, só nos resta comer uns aos outros. Literalmente!
Autor: Adaill Antônio
