The Walking Dead e a maldição do corte seco

Para mim, tivemos um grande vilão reaparecendo em The Walking Dead nesse último episódio. Não estamos falando de nenhum personagem, mas de um recurso de edição que vem sendo usado ao extremo atualmente e que eu, sinceramente, desprezo, pela falta de respeito à audiência.

Estou falando do corte seco que tivemos no fim do episódio 7 da 6ª temporada e que agora, tão perto da sua conclusão pode parecer besteira, mas não é, pelo menos não para mim.

As escolhas de The Walking Dead em partes mais técnicas

Com o tempo, e a evolução da série, vemos diversos recursos narrativos sendo usados. Troca de foco de grupo, histórias contadas em dois tempos (aquele episódio onde o recurso de contar fatos do passado em preto e branco, simplesmente fantástico para mim), a forma como várias coisas são lançadas e não explicadas, além da melhor escolha possível de flashback possível (vai, você também queria saber como raios o Morgan tinha aprendido aqueles movimentos, e o tinha acontecido com ele para ele ter voltado com o coração da Madre Tereza). Isso tudo evidencia a evolução técnica da série, como história a ser contada por mídia televisiva.

Acontece que, vindo de algum lugar que eu não faço ideia de onde seja (tem muito cara de cinema experimental iraniano ou algo assim) a maldição do corte seco vem assolando Hollywood. Vários filmes, especialmente essa enxurrada de trilogias que vieram diretamente de livros, usam esse recurso para dar mais expectativa, embora a coisa seja muito mais simples: precisam interromper uma história no meio e muitas vezes este corte é feito de forma desastrada.

Eu gostei do corte feito em Jogos Vorazes, por exemplo. É o mesmo corte seco do qual estou “falando mal”, mas eles entregaram uma história relativamente coesa e eficiente, que funciona bem para quem está prestando atenção no filme.

Agora, em The Walking Dead temos uma torre, que vem balançando a cerca de uns dois ou três episódios, finalmente caindo, com um garoto de tendências homicidas indo com uma arma para cima do nosso jovem Carl Grimes e de repente… corte seco.

Sinceramente, me senti irritado, como uma boa conversa interrompida pelo término de créditos ou coisa assim (quem usou orelhão na vida sabe bem a sensação). Acho que a ideia até era boa, mas eu achei que ficou estranho, um verdadeiro desrespeito com quem vem assistindo seis temporadas e vendo a qualidade da série melhorar.

Outro medo que eu tenho é que eles se percam, não mostrando quem são os Lobos, e simplesmente inserindo personagens da HQ sem dar-lhes a devida explicação. Assim como o Dwight, que teve sua estreia contra Daryl.

Como toda a série, The Walking Dead pode ser consagrada (ou destruída) pelo bom mix de continuidade e tensão, deixando todos nas pontas das cadeiras. Esperamos que a evolução na forma de contar a história não custe à qualidade da história em si.


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Jordan Florio de Oliveira
Jordan Florio de Oliveirahttp://teiadejogos.blogspot.com.br/
Escritor, contador de histórias, repórter comunicador, playboy, gênio, filantropo... ok, esqueçam as 3 últimas. Acima de tudo, um cara que ama histórias e pretende, um dia desses, viver delas. The story must be lived before told. Outros textos

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