Logo no início do episódio quando vi o Rick, todo ensanguentado – tremendo e com mãos e rosto pasmados – entre um rapto interno de pensamentos, eu tive que retornar ao fim da terceira temporada.

Eu precisava saber o que ele estava pensando naquele momento, que foi um dos melhores da série – mas eu não encontrei a resposta que eu queria. Preciso citar que me perdia no que era “Flashback” e o que não era – o que me deixou certamente confusa foram disfunções temporais causadas entre o “Flashback” e a “Season Finale”, e esta não foi uma falha, mas sim proposital, e de valiosa, comparação – pela correlação do que ele, Rick, estava suportando antes, e não só por isto, mas pela força dos motivos mostrados. A emotividade, tensão, e profundidade que cada cena trouxe foi algo singular, que Gimple construiu, através de 16 episódios.

Eu não só vi uma Season Finale, eu diria que vi até três. Precisei ir rever a partir do momento em Carl matou aquele garoto, na terceira temporada – e ver no episódio, “A”, o que se passou após o fim da terceira temporada – e o se passava agora. Então quando olhei para Rick desorientado encostado naquele carro, pensei na cruz que ele teve que carregar até ali, mas ele nunca deixou de ser o pai que era. Ali eu tive certeza que poderia vir o que viesse, e Rick iria dar um jeito.

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A comparação feita aos quadrinhos na luta entre Rick e o grupo do Joe foi memorável – tanto que senti as coisas em preto e branco – e uma perfeita adaptação que para mim foi uma das melhores ou a melhor já feita. O quão foi forte, e eu nem imaginava que ainda coubesse na temporada. Tantas coisas ocorreram que agora a cena com os Saqueadores me parece cinco ou seis páginas de uma revista em quadrinhos. Eu nem tenho palavras para descrever o que vi, e nem me importo se era brutalidade, loucura, uma simples luta, ou sobrevivência.

Foi esplêndida a forma como Rick arrancou parte da jugular e carótida do Joe, e como Carl olhou o pai ao matar o homem que queria estupra-lo. Dois seres horrendos dentro de pessoas maravilhosas, e realmente não deu para identificar quem era pior, ou melhor, ali. O que me fez recordar Carol, que ao matar para proteger, foi banida, e a mesma fez o que precisava ser feito com Lizzie, assim como o Rick em certos momentos.

Hershel greene e rick grimes

O episódio foi quase uma retrospectiva de tudo o eu vi durante a temporada. Patrick estava ali, a Beth, a Judith, a Carol, o Hershel. Todos quem Rick amou, e perdeu – e ele não esqueceu um detalhe sequer, ao chegar ao Terminus – pela cautela que não teve. A vontade de Hershel mudar e proteger a todos nos ensinou muitas coisas, mas para Rick, ensinou mais que tudo. Todos que se foram pelo seu descuido – e como ele carregou isto de forma assustadora em seus pensamentos – mas não por sua culpa. Em nenhum momento ele esteve desprotegido de si mesmo, nem descansou, nem lutou contra isto.

Após tudo o que houve – e ver os danos causados pela gripe, pelo Governador, ou por uma psicopata mirim – não poderia pensar o contrário: todos ali carregam monstros e assombrações dentro de si. Quando Rick olha Patrick com os “legos” e Beth com Judith, mas Carl concentrado em sua arma – ele vê o monstro que também reside em seu filho e por Deus, eu pude sentir uma tensão extrema quando a cena foi cortada para o Carl – não entendia o que seu pai quis dizer. Foi esta a brutalidade, pura e do instinto do ser humano que eu vi na primeira parte do episódio, porém esta refletida aos olhos de Rick após ser rendido pelos Saqueadores.

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A bolsa de Glenn, o poncho de Daryl que a Maggie usava quando chegou ao Terminus, o colete uma vez dado a Eugene, e o relógio que Hershel deu para Glenn – e não era muito difícil de não se notar – e agora, a confusão já estava feita. Enquanto eles fugiam por todas as saídas nomeadas “A”, os intitulados “B” atiravam nos pés deles, pois os queriam vivos.

Se forem Canibais, Caçadores, ou membros de algum tipo de Seita Pagã, eu não sei, mas de algo tenho certeza: Eles comem carne humana. Foi possível ver as carcaças humanas meio a correria. Estranhamente, o vagão que Gareth intimou que eles entrassem também se intitulava “A”. O Manda-Chuva, o Arqueiro, a Samurai e o Garoto uma vez presos, notaram os integrantes de “Us” no vagão também, e bem vivos, aliás. Foi sensacional o final, ao ver Rick dizer em sua frase censurada, que eles “se meterem com as pessoas erradas”.

Deixarei um vídeo que adorei, por estes dias, e que me relembrou muito, tudo o que houve nesta quarta temporada. Que venha a próxima!

Créditos do vídeo:  TheCrazyManVideos

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