Estamos estreando uma nova coluna de análises de The Walking Dead. Além das impressões individuais sobre os episódios, traremos pequenas análises de vários membros da equipe do site The Walking Dead Brasil, o que proporcionará múltiplas visões e discussões mais aprofundadas.
O formato desta coluna ainda está em fase de testes. Críticas e sugestões de melhorias sempre são bem vindas.
Episódio em debate: The Walking Dead, 3ª Temporada episódio 4: “Killer Within”.
Vocês a amam agora?
Para mim, o ponto mais importante desse episódio foi, sem dúvidas, a morte da Lori. Não nego, já entoei o famoso “Morre, vadia”, mas quando parei pra pensar, vi que se fosse ela faria exatamente tudo que ela fez. A carga emocional imprimida à morte da personagem serviu para relembrar a alguns fãs que ela era somente uma mulher comum, uma mãe, vivendo num inferno. Quem não ficaria confuso? Quem não cometeria erros? Lori foi talvez o personagem mais real da série, e sentirei falta dela. Ainda mais agora, com sua filha recém nascida, Lori não poderia fazer mais falta. Eu fico feliz de nunca ter desistido dela, por não estar no grupo de fãs que só passou a respeitar Lori em seus últimos momentos de vida.
“Se parecer fácil demais, não siga em frente, não deixe que o mundo te corrompa.” – Lori Grimes
Extremos
Acho que esse episódio teve dois extremos: o caos e a esperança. O caos devido ao ataque inesperado de zumbis, após eles finalmente terem encontrado um local seguro e terem tudo sob controle. Sem contar com a perda da Lori e do T-dog. Muita gente xingou, odiou e desejou que a Lori se ferrasse, mas vamos confessar que esse foi o episódio pra deixarmos tudo isso pra trás. Impossível não se emocionar com a despedida entre ela e o Carl. Já o T-dog era aquele cara que quase não falava, mas que vai fazer falta. Talvez tenha sido até melhor ele morrer antes de reencontrar o Merle. É provável que faria algo até pior do que os zumbis…
E a esperança foi gerada pela recuperação do Hershel após a quase inevitável morte e o nascimento do bebê da Lori. Foram dois acontecimentos que nunca alguém imaginaria ser possível no novo mundo de caos no qual eles vivem agora. Creio que esse bebê, assim como Carl, ajudarão Rick a se recuperar do descontrole após sua perda, para seguir em frente.
Cansados de calmaria? Então aqui está a terceira temporada
Após algum tempo tentando digerir Killer Within, ainda estou me recuperando da atuação monstruosa de Andrew Lincoln. Nosso líder não se importou em desabar e chorar como um garoto assustado. Ao mesmo tempo, o verdadeiro garoto da cena, parecia uma estátua. O que fazer após atirar na sua própria mãe? Quantas lágrimas seriam suficientes? O conflito interno de Rick e Carl parecia ser algo tão devastador, que não tenho vergonha alguma em assumir que sofri junto com eles.
Com o tempo e o acumulo de situações limite, o grupo se tornou uma espécie de unidade onde um dependia do outro, e essa estrutura física e psicológica fora seriamente abalada. Não há como prever os efeitos de uma pancada tão forte. Pois se os primeiros passos de Hershel soaram tão claramente como um fio de esperança, as mortes de Lori e T-Dog foram como assistir a um castelo de cartas desabar em câmera lenta. Afinal, a sensação foi de que não importa o quanto se lute, sempre haverá brechas para o caos se instalar.
O que fará a seguir, Mazzara?
Por Talles Santana
Mazzara tem uma faca de dois gumes na mão: o período mais tenso, frenético e sangrento da história, porém sem a possibilidade de trazer os pontos mais altos ou seja, os polêmicos, para a TV. Até então ele tem feito um ótimo trabalho na minha opinião. Só espero que agora não esfrie o resto da temporada em uma busca pela Carol (soa familiar?).
Enquanto isso, parece-me que o Governador ainda está aquecendo na beira do gramado, mas prometendo fazer bonito quando “entrar em campo”.
Tudo culpa do Rick
Por Fausto
Mais um ótimo título de duplo sentido para este episódio. “Killer Within”, que pode ser traduzido diretamente como “assassino interno”, refere-se tanto ao ataque de Andrew, que resultou na morte de T-Dog, quanto ao bebê (Judith?), responsável pelo óbito de Lori durante o parto. E a versão nacional não teve problemas com adaptações desta vez, traduzindo de forma direta.
Rick vai ter muito o que lamentar ainda pela morte de sua esposa, principalmente por ter sido em um momento em que ele estava dando um gelo. Mas espero que sua consciência também reserve um pouco de culpa por ter sido diretamente responsável pela morte de T-Dog. Afinal, um tiro na testa do Andrew pode ser menos badass que deixá-lo trancado com os zumbis, mas com certeza é mais eficiente. Isso que dá ser o líder. Você será mais lembrado pelos seus erros que pelos seus acertos.
Por fim, sai T-Dog, entra Oscar, um personagem aparentemente mais denso e que talvez proporcione melhores momentos. E Axel, por favor seja mais parecido com sua versão dos quadrinhos, tá me entendendo?
A melhor temporada até agora
Por Nana Bertoli
A primeira impressão que eu tive foi que havia sido rápido demais, mas depois eu mudei de ideia. Diferente dos episódios anteriores eles mesclaram os núcleos, equilibrando bem a agitação da prisão com o ritmo mais lento da cidade.
O elenco foi incrível. Não preciso nem comentar sobre o Lincoln, já que eu não me canso de ver a cena em que o Rick descobre a morte da Lori. Sarah Wayne Callies também foi incrível durante o parto, eu estava ansiosa pra ver a morte da personagem e agora, graças à atriz, eu fico com um peso só de pensar. Não queria que o T-Dog morresse, mas brincadeiras à parte, essa foi um dos pontos altos do personagem e do ator. Os prisioneiros também estão se desenvolvendo bem. O “estamos do seu lado” ficou implícito, mas claro, no momento em que Oscar atira no Andrew e depois entrega a arma. Outro ponto forte do episódio.
Posso dizer que gostei. O que vem por aí, eu nem imagino, mas esta promete ser a melhor temporada até agora.
Rick explodirá
Por Andrio Mandrake
Rick parece perto do seu limite. Teve de matar seu melhor amigo, na fazenda, as disputas de opinião e poder eram constantes, dificultando ainda mais tudo para ele. Já havia grande peso devido a sua relação com Lori, pela questão da sua traição e ambigüidade. Mas agora, ela está morta, e isso parece tê-lo devastado.
Não há como negar seu desespero ao vê-lo ao chão, chorando. Seus gritos são tão cheios de lamento, de dor, que ecoam por nossos ossos. Foi assim que ele explodiu. Ao que tudo indica, no próximo episodio ele vai ser um homem mais instável, aniquilando walker após walker numa vã esperança de suprir o abismo de sua dor com violência e vingança, personificando a morte de sua mulher.
Lori era o símbolo de uma família. Rick era o único de fato ainda a ter uma família. Tinha mulher e filho, e ainda havia o bebe que sua esposa esperava. Mas agora isso se foi, desmoronou. Basta saber o que foi levado por essa morte.
Não estou dizendo que Rick irá se tornar um insano matador, não, mas que ele precisa extravasar. Há muito tempo todas as suas angustias, suas dores e mágoas estavam presas dentro dele. A morte de Lori foi o estopim. É hora de extravasar, de explodir. A dúvida é só qual vai ser o alcance da explosão, e quanto tempo ela vai durar.
Qual a sua impressão do episódio?
E você, o que achou dos pontos levantados pelo pessoal do site? Tem algo a acrescentar? Comente abaixo!
